O Homem Duplicado
por James Blish e Robert Lowndes
uma crítica de Jorge Candeias
publicada em 13.09.2001
republicada em 12.06.2003
Este livro chamou-se originalmente The Duplicated Man, e é recentíssimo: 1959!
E nota-se bem a idade!
Aliás, dir-se-ia que sofre de Alzheimer...
O enredo consta de uma complicada intriga política que envolve uma Terra futura (mas não muito, ao que parece), unificada, dominada pelo Conselho de Segurança da ONU e uns rebeldes militaristas que haviam procurado refúgio em... glup... Vénus.
Um Vénus assim vagamente parecido a Marte: seco, agreste, com uma atmosfera com uma boa percentagem de... erm... formaldeído(?!), e umas ventanias permanentes que levantam nuvens de poeira gigantescas.
Enfim...
Quanto ao homem duplicado, é isso mesmo: um homem que é metido num duplicador e é depois utilizado como arma secreta na guerra que opõe a Terra e Vénus. Assim uma espécie de Calvin, mas com menos piada. Além disso, só aparece lá para metade da história.
Em resumo: tudo muito fraquinho, cheio de clichés que já em 1959 o eram. Um livro perfeitamente esquecível, que se calhar leva na capa o nome do Blish apenas por acaso.
Quanto à tradução... ooops... a Alexandra Santos Tavares meteu a pata na poça. É uma tradução tão má que começa a fazer lembrar as inenarráveis traduções do Tio Eurico. Terá a Alexandra chegado à conclusão de que "para quem é bacalhau basta"?
Não basta.
Este é um livro que não vale os 615 paus que são pedidos por ele.
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