R e v i s t a . e l e c t r ó n i c a . d e . f i c ç ã o . c i e n t í f i c a . e . f a n t á s t i c o

Bi(o)bliografia: João Barreiros

por Jorge Candeias

artigo publicado em 27.05.2005

A carreira literária de João Barreiros tem a curiosa característica de ter sido feita primeiro de prémios e só depois de publicações. Com efeito, Barreiros ganha dois prémios de conto em 1966 e por volta de 1970, e não volta a ganhar prémios em Portugal até hoje (fala-se de prémios literários: um dos seus contos, adaptado para BD, conquista um prémio nos anos 90), embora tenha publicado bastante desde então. Dos dois contos premiados só um chegou a ver a luz do dia, num suplemento do Diário de Lisboa.
Apesar destas conquistas iniciais, o nome de João Barreiros só regressa à literatura fantástica portuguesa no já longínquo ano de 1977, graças a uma pequena colectânea de dois contos, auto-editada, e intitulada Duas Fábulas Tecnocráticas. O impacto do livrinho não terá sido do agrado do autor, visto que só 11 anos passados, em 1988, ressurge em letra de imprensa, agora nas páginas da revista Omnia, com um conto, a que se segue outro no ano seguinte na mesma revista.
Foi preciso esperar mais quatro anos até voltar a encontrá-lo, em 1993, assinando uma noveleta na colectânea O Atlântico tem Duas Margens. A esta seguiu-se o seu segundo livro, editado pela Caminho em 1994, O Caçador de Brinquedos e Outras Histórias, onde reúne inéditos aos contos anteriormente publicados na Omnia. Dois anos mais tarde sai Terrarium, também pela Caminho, romance escrito em colaboração com Luís Filipe Silva, mas pelo qual Barreiros é o principal responsável.
No mesmo ano, inicia-se uma fase em que Barreiros publica uma história por ano, integrada nas antologias editadas por ocasião dos Encontros de FC&F de Cascais, e que se prolonga ao longo de quatro anos, até 1999. Nesse ano publica pela primeira vez na web, no site da Simetria. Em 2000 tem um conto na revista Paradoxo e um outro na antologia Linhas Cruzadas, editada pela Portugal Telecom, e no ano seguinte estreia-se aqui no E-nigma com mais um inédito de vulto, a novela Disney no Céu Entre os Dumbos.
Em 2002 e 2003, o único material original que Barreiros publica é a novela Não Estamos Divertidos, pelo site Hyperdrive, editada no outono de 2002. Além disso, são-lhe reeditados vários contos no E-nigma e nas revistas Invista e Quo. Em 2004 sai o seu quarto livro, pela Presença, intitulado A Verdadeira Invasão dos Marcianos, que reedita a noveleta homónima e apresenta pela primeira vez em livro a novela Não Estamos Divertidos, uma configuração idêntica à da edição do Hyperdrive.
Pelo meio, Barreiros publica no Brasil, onde ganha um prémio, e vê contos seus serem traduzidos para inglês (com edição na internet e em livro), espanhol e francês. Temos também conhecimento da edição de alguns contos nos jornais Público e Combate, mas não dispomos de informação quanto às respectivas datas.
Barreiros tem um pseudónimo conhecido, José de Barros, sob o qual publicou um conto na antologia O Atlântico tem Duas Margens, em 1993.
Durante este período, mas muito em especial entre os fins dos anos 80 e inícios dos anos 90, Barreiros desempenha também funções editoriais, tendo dirigido para a Clássica Editora a colecção Limites e para a Gradiva a colecção Contacto. Também escreve artigos e críticas que publica no Público, no Independente e, mais recentemente, na Ler e na revista Os Meus Livros.
Barreiros tem ainda várias traduções no currículo, tendo traduzido recentemente para a Devir (um livro ainda não editado), Presença e Saída de Emergência.
João Barreiros é licenciado em filosofia, professor do ensino secundário e vive no concelho de Sintra.

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João Barreiros escreveu:

 

A Verdadeira Invasão dos Marcianos

Editorial Presença

colecção Viajantes no Tempo

2004

Terrarium

com Luís Filipe Silva

Editorial Caminho

colecção Caminho Ficção Científica

1996

(leia a crítica de Jorge Candeias)

O Caçador de Brinquedos e Outras Histórias

Editorial Caminho

colecção Caminho Ficção Científica

1994

(leia a crítica de Jorge Candeias)

Duas Fábulas Tecnocráticas

edição do autor

1977

(leia a crítica de Jorge Candeias)

Uma Noite na Periferia do Império

Prefácio a

O Planeta das Traseiras

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