A Recordação Imóvel
por Luís Filipe Silva
conto curto publicado em 02.11.2001
republicado em 18.06.2003
Uma pequena jóia da ficção científica portuguesa. O planeta está longe e decadente, e lá fora um sol inflado sobrepõe-se ao vento. No meio de tudo isto, uma história de amor.
Leia o conto em:
ISBN: 989-8072-13-X
ISBN (13): 978-989-8072-13-9
Historial
Publicado na antologia Inconsequências na Periferia do Império, edição da Cãmara Municipal de Cascais em 1996.
Traduzido para inglês pelo próprio Luís Filipe Silva e publicado na antologia Inconsequências na Periferia do Império, edição da Câmara Municipal de Cascais em 1996, com o título de Still Memories.
Publicado na edicção de 20 de janeiro de 2001 do DNA, um suplemento do Diário de Notícias, com o título de O Nome Dela no Vento.
Tradução de Luís Filipe Silva republicada no site Fantastic Metropolis em 2002.
Tradução de Luís Filipe Silva republicada na antologia Breaking Windows - A Fantastic Metropolis Sampler em 2003.
O Autor fala sobre a obra
Há contos que se revelam apenas na momento da escrita. Quando este surgiu, pairava apenas a figura do Sol Irado como dominador supremo da história - um protagonista subtil, como todos na ficção científica, em que as fronteiras de personagem e cenário se confundem num plano literário invertido. Este Sol iria de facto dominar a conclusão, mas na velha tradição da FC observando as consequências, os efeitos secundários.
Como o estilo deixa perceber, trata-se de um desses textos de um-momento-só. Começa-se e acaba-se, e tudo o mais é instinto. Feito às cegas apenas em duas horas, impelido apenas pela junção de imagens e frases, tem um certo cunho de prosa poética, o que é o mesmo que dizer que não surgem nele os mapas de satélite da travessia do vento. A razão não impera neste texto, transforma-se em sonho, desfaz o método científico. O que interessa é a imagem (a memória, saudade, sonho, esperança, dezenas de sinónimos sobre nada em concreto) das estátuas paradas, do que não se conseguiu, do que se deixou passar.
Uma nota interessante Gay Haldeman, a mulher do Joe Haldeman, na visita a Cascais durante os Primeiros Encontros, confidenciou-me que acordou uma manhã com um pesadelo; sonhara com o sufoco daquelas estátuas, com a perseguição da memória. Creio que a invasão de sonhos alheios é talvez um dos maiores elogios que se pode fazer a um conto.
É também o meu texto que mais me dá prazer ler em voz alta.
Luís Filipe Silva, Outubro de 2001
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